A três dias do julgamento na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o caso Robinho, o ex-jogador condenado por estupro coletivo na Itália quebrou o silêncio e deu entrevista à RecordTV O STJ vai decidir na próxima quarta-feira (20) se Robinho deve cumprir no Brasil a pena de 9 anos por ter, segundo a Justiça italiana, participado do estupro coletivo de uma jovem albanesa numa boate em Milão, na Itália.
Na entrevista, Robinho citou casos de racismo na Itália e afirmou que “os mesmos que não fazem nada com esse tipo de ato (racismo) são os mesmos que me condenaram”. "Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado" Ele confirmou que se relacionou rapidamente com a mulher que o acusa na noite em questão, mas alega que a relação foi consensual.
"Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, pediu para parar. Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa. Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso"
Provas supostamente ignoradas
Em outro trecho da entrevista, Robinho pediu para ser ouvido no Brasil, citando que isso não teria ocorrido na Itália. E, mais de uma vez, alegou que apresentou provas que supostamente foram ignoradas pela Justiça italiana.
"Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outr".
E os áudios?
A reportagem da RecordTV citou áudios revelados pelo UOL nos quais Robinho comenta o caso e, inclusive, dá risadas ao saber da possibilidade de ser julgado por estupro.
De acordo com o ex-jogador, os áudios teriam sido tirados de contexto.
"Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso".