A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou, pela primeira vez em público, que irá, sim, assumir a gestão do Metrô do Recife. Mas impôs duas condições para que o Estado receba o sistema metropolitano, que hoje transporta menos da metade dos passageiros que já transportou, amarga um déficit anual só de custeio de R$ 300 milhões e está sucateado a olhos vistos.
Segundo a governadora, é fundamental garantir a realocação dos 1.500 metroviários de Pernambuco no caso de o sistema ser concedido à iniciativa privada - que deverá acontecer - e ver, na prática, o aporte de R$ 2 bilhões para recuperar o metrô e devolver o padrão mínimo de operação. Diante do compromisso do governo federal de nos ajudar a requalificar o Metrô do Recife, o governo do Estado pode, sim, assumir o sistema.
Essa é a proposta que está sendo colocada. Mas existem dois pontos fundamentais para que aceitemos e que já foram discutidos com o governo federal”, afirmou a governadora. “Salvaguardar os 1.500 trabalhadores metroviários, que devem ter suas funções reorientadas para outros órgão do governo. O governo federal se comprometeu que não iria acontecer com o que aconteceu com os metroviários em Minas Gerais, em que todos entraram no Programa de Demissão Voluntária”, disse.
Segundo Raquel Lyra, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, assumiu o compromisso de que todos seriam acolhidos no governo federal. As declarações foram dadas em entrevista à TV Globo, nesta segunda-feira (4/9). O segundo ponto condicionante para o Estado assumir o Metrô do Recife seria o investimento federal de pelo menos R$ 2 bilhões para requalificar o sistema metropolitano, que, sem trens, está na iminência de uma paralisação técnica.
Atualmente, são 17 composições operando nos horários de pico na Linha Centro e outras 13 na Linha Sul, o que provoca intervalos de quase dez minutos. “O fato é que o Metrô do Recife precisa de investimentos. Se ele vai ser feito pelo Estado ou pelo governo federal, pouco importa para a população. O que importa é que as coisas possam andar para frente”, disse.
“Temos a garantia do governo federal de que será realizado o aporte de R$ 2 bilhões para requalificar o sistema e, assim, podermos andar com a concessão e haver recursos da iniciativa privada”, afirmou a governadora. Segundo Raquel Lyra, os estudos do BNDES já foram retomados e grupos de trabalho serão criados para acompanhar tudo de perto. A garantia teria sido dada pela secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República, Miriam Belchior.