No lugar de lixão, Fernando de Noronha terá centro de reciclagem

Fernando de Noronha terá um laboratório para reciclar latinha de alumínio.

Publicado em 03 de setembro de 2023 às 11h41m

Por Gazeta PE


A fabricante de latas para bebidas Ball Corporation patrocinou a construção de um laboratório de economia circular em Fernando de Noronha, que deverá ser inaugurado até o final deste ano e deve reciclar entre 8 milhões e 10 milhões de latinhas de alumínio anualmente, o equivalente a 60 toneladas do metal. A Ball contribuiu com mais de 90% do total de recursos dedicados para desenvolver a unidade, que foi construída em um espaço onde estava instalado um antigo lixão.

Os rejeitos encontrados durante o processo de escavação tiveram a destinação correta e a região foi restaurada para que a obra no local pudesse ser realizada. Chamada de Lab Noronha Pelo Planeta, a unidade pertence ao Consórcio Noronha pelo Planeta, entidade que reúne startups, organizações não governamentais (ONGs). Ela será responsável por centralizar toda a coleta de latinhas de alumínio consumidas na ilha para, em seguida, enviar os produtos para a fábrica da Ball em Recife (PE). Após esta etapa, os produtos serão enviados para uma empresa parceira em São Paulo que realizará a transformação do material usado em uma nova bobina de alumínio (um formato bruto do material). Após esta etapa, a Ball adquire a bobina e produz novas latas, em um processo que pode se repetir de forma quase ilimitada.

Segundo o diretor de sustentabilidade da Ball para América do Sul, Estevão Braga, a empresa já dedicou mais de R$ 10 milhões para o desenvolvimento do laboratório, que está em fase final de construção. Além da coleta de latinhas, a unidade também contará com atividades culturais e socioambientais que vão contribuir para fortalecer a conscientização dos visitantes e da população local. "O Brasil já alcançou o índice de 100% de reciclagem em latas de alumínio, então não se trata de uma iniciativa para aumentar a reciclagem, mas para expandir a consciência de que existem modelos de produção que não geram problemas para a sociedade, como este", afirmou o executivo.

Segundo Braga, Fernando de Noronha é um lugar especial para o desenvolvimento da iniciativa, pois o consumo de latas de alumínio na ilha é o dobro por indivíduo na comparação com o restante do Brasil. O fenômeno ocorre por conta de questões geográficas, uma vez que a região fica localizada a cerca de 400 km da costa brasileira. "Há uma limitação na produção própria da região, então muitos dos produtos que estão aqui chegam do continente para cá em embalagens." O valor da venda da sucata de latas será revertido para financiar as atividades do laboratório, incluindo a própria coleta, desonerando a administração de Fernando de Noronha e possibilitando a realização de projetos sociais e educacionais para a comunidade da ilha.

 

Fonte: jc

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